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Biografia detalhada do Profeta Muhammad: O período em Meca (parte 1 de 3)

Avaliação:

Descrição: Uma lição em três partes que detalha a vida do Profeta Muhammad antes da revelação e nos anos seguintes, até que os muçulmanos foram forçados a deixar Meca. Parte 1: Arábia Pré-Islâmica e a vida jovem do Profeta Muhammad.

Por Imam Mufti (© 2016 NewMuslims.com)

Publicado em 12 Jan 2020 - Última modificação em 25 Jun 2019

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Objetivos:

·Conhecer a Arábia pré-islâmica.

·Conhecer a era da ignorância.

·Aprender sobre o nascimento e a vida jovem do Profeta.

·Aprender sua reputação quando era jovem.

Termos em árabe:

·Caaba - É a estrutura em forma de cubo localizada na cidade de Meca. Serve como um ponto focal ao qual se orientam os muçulmanos durante a oração.

Detailed-Biography-of-Prophet-Muhammad-part-1-of-3.jpgA vida do Profeta Muhammad (que a misericórdia e as bênçãos de Allah estejam sobre ele) começa na Arábia, porém sua história começou milhares de anos antes do seu nascimento. O livro de Gênesis, que tanto os judeus como os cristãos respeitam, menciona a história de Abraão e de seus filhos, Ismael e Isaac. Allah ordenou a Abrão deixar sua esposa Hagar, e seu filho, Ismael, naquele lugar, sozinhos, como uma prova de sua devoção a Allah. Allah fez brotar água para eles e eles sobreviveram no deserto estéril.

Pouco depois, algumas das tribos dos arredores começaram a habitar este vale, que ficou conhecido como Meca. Ismael cresceu com a tribo árabe Jurhum, aprendeu seu idioma e ficou conhecido como Ismail.

Mais tarde, quando Abrão (conhecido em árabe como Ibrahim) regressou, ele e seu filho foram instruídos por Allah para construir um pequeno lugar de adoração dedicado a Ele. Essa foi a primeira edificação dedicada inteiramente a adoração de Allah. Pai e filho chamavam os árabes para adorarem a Allah e a renunciar a todos os ídolos falsos.

Ismail finalmente se converteu a um Profeta, como seu pai, e permaneceu em Meca com sua família. Depois de Ismail, seus descendentes adoraram a Allah e seguiram seus ensinamentos morais. A Caaba seguia sendo um centro de adoração de Allah e os crentes vinham de todas as partes da Arábia para a peregrinação.

A era da ignorância

A situação foi mudando com o tempo e os árabes esqueceram o verdadeiro caminho de Ismail. A peregrinação tornou-se um ritual vazio e não um ato de adoração. Por volta do século IV, a tribo chamada Khuza'ah expulsou os descendentes de Ismail de Meca e um dos seus chefes introduziu a adoração de ídolos. Em poucos séculos, a idolatria prevaleceu em toda a Arábia e a Casa de Allah se converteu a uma casa de Idolatria. Não é que não tenham acreditado em um Criador, acreditavam; porém, começaram a crer que não poderiam aproximar-se diretamente de Allah, senão por meio dos ídolos que seriam os mediadores entre eles e Allah. Realizavam sacrifícios de animais para venerar as suas estátuas. A idolatria tornou-se uma religião organizada com a invenção de certos costumes religiosos.

Havia outros árabes que não acreditavam em Allah. Alguns eram materialistas puros, que só acreditavam que o tempo eventualmente, destrói tudo. Outros adoravam o sol, a lua ou certas estrelas e planetas. A maioria dos adoradores de ídolos tinha pouco ou nenhum conceito da vida após a morte.

A condição da mulher pode ser vista no fato de que quando havia um nascimento, os pais expressavam abertamente seu descontentamento se fosse uma menina. Alguns pais enterravam viva a menina recém-nascida por medo da pobreza. A prostituição era comum e tornou-se uma norma social aceita.

Poucas pessoas sabiam ler e escrever ou tinham alguma educação formal. A única ciência digna de mencionar era a poesia, na qual os árabes eram especialistas.

Acontecimentos antes de seu nascimento

Por volta do século V, Qusai Ibn Kilab liderou uma revolta contra a tribo de Khua'ah e conseguiu retomar o controle de Meca. Os membros de sua tribo, conhecidos como quraish, eram descendentes diretos do profeta Ismail.

No século VI, os quraish possuíam uma posição de honra entre as várias tribos dispersas por toda Arábia, pois eram eles que cuidavam da Caaba e dos peregrinos que vinham visitá-la.

A tribo Quraish era formada por muitas famílias ou clãs diferentes. A família de Hashim era agora uma das mais proeminentes. Abdul Muṭṭalib, o chefe do clã, se tornou o líder não oficial do Quraish em Meca. Teve muitos filhos, mas um dos seus favoritos era Abdullah. Era previsto que ele continuaria o legado do seu pai, mas não foi assim. Abdullah se casou com Aminah, do clã chamado Banu Zuhrah. Meses mais tardes, a caminho de Yathrib, no norte, ele adoeceu e morreu, deixando a mulher grávida.

Nasce um órfão

Aminah deu à luz seu filho no ano 570. O avô da criança o chamou de Muhammad (que a misericórdia e as bênçãos de Allah estejam sobre ele), que significa "o louvado", um nome raro na Arábia.

Era costume na Arábia que os filhos de famílias nobres fossem criados no deserto com os beduínos. Muhammad cresceu na casa de Halimah, que era como uma mãe adotiva, e aprendeu os caminhos do deserto. Visitava Meca de vez em quando para ver Aminah, sua mãe, e depois voltava para o deserto novamente. Pouco depois, quando Muhammad tinha apenas seis anos, a sua mãe, Aminah, ficou gravemente doente e morreu em viagem. Seu avô Abdul Muttalib cuidou dele e o tratou como seu próprio filho. No entanto, quando Muhammad era uma criança de apenas oito anos de idade, seu avô também morreu. Foi o seu tio Abu Talib que o criou a partir desse momento.

Abu Talib amava muito o seu sobrinho e inclusive o levava junto quando viajava para a Síria e outros lugares para fazer negócios.

Como pastor

No entanto, Abu Talib não era tão rico quanto seu pai, então Muhammad teve que trabalhar para ganhar a vida e ajudar seu tio. Ele começou sua carreira como pastor, cuidando de rebanhos de ovelhas e cabras para o povo de Meca. Um pastor aprende muito sobre responsabilidade: deve guiar as ovelhas em grupo, e ao mesmo tempo protegê-las dos predadores; aprende também sobre paciência, e tem muito tempo para pensar e refletir, longe do barulho excessivo da cidade.

Muitos dos profetas enviados por Allah a outros povos foram pastores em algum momento de suas vidas, porque o que uma pessoa faz tem um grande efeito em sua personalidade.

Sua reputação

Muhammad foi um dos poucos que se recusou a adorar ídolos desde muito jovem. Visitava a Caaba para adorar somente Allah. Também se absteve de comer qualquer carne que fosse sacrificada em nome de um ídolo. Depois de pastorear alguns anos, interessou-se pelo comércio e tornou-se um homem de negócios que comercializava os bens do povo em seu nome. Os mais nobres entre os Quraish eram comerciantes de profissão. No entanto, Muhammad distinguiu-se do resto por sua honestidade e sinceridade. Rapidamente ficou conhecido em Meca como Al Amin (o confiável). Além disso, ele era conhecido por sua alta moral, seu caráter casto e por evitar embriagantes, jogos de azar, relacionamentos ilícitos e outros vícios.

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