Drogas, álcool e jogos de azar (parte 1 de 2)
Descrição: Uma lição em duas partes que esclarece a perspectiva islâmica sobre três males muito difundidos: drogas, álcool e jogos de azar. Parte 1: As consequências nocivas das drogas e do álcool e a perspectiva islâmica sobre o seu uso.
Por Imam Mufti (© 2013 NewMuslims.com)
Publicado em 22 Dec 2019 - Última modificação em 25 Jun 2019
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Objetivos:
·Reconhecer os efeitos de ingerir álcool na mente e no corpo humano.
·Aprender os versículos do Alcorão e os ahadith do Profeta Muhammad que se referem ao álcool e às drogas.
·Conhecer o regulamento islâmico sobre o álcool e as drogas.
Termos em árabe:
·Hadith - (Plural – ahadith) é um relato ou uma história. No Islam refere-se a um registro narrativo dos ditos e ações do Profeta Muhammad e de seus companheiros.
·Khamr – Qualquer bebida, droga ou substância que cause intoxicação.
·Salah - Palavra em árabe que indica a conexão direta entre o crente e Allah. Mais especificamente, no Islam refere-se às cinco orações diárias formais, é o ato de adoração mais importante.
·Surah - Capítulo do Alcorão.
Drogas e álcool
O álcool é parte da cultura ocidental, é consumido em celebrações e atos sociais, inclusive em cerimônias religiosas. A maioria dos americanos reconhece que beber muito pode provocar acidentes e dependência. Porém isso é somente uma parte da história. Além desses graves problemas, o abuso do álcool pode causar danos aos órgãos, debilitar o sistema imunológico e contribuir para a o surgimento de diferentes tipos de câncer. Além disso, por volta de 1,400 estudantes universitários morrem por ano nos Estados Unidos por causa do álcool [1] somando assim 100,000 mortes anuais, o qual o converte na terceira causa de mortalidade nos Estados Unidos, depois do cigarro e da dieta/atividade física [2] Durante 2007 um total de 38,371 mortes induzidas por drogas ocorreram nos Estados Unidos.[3]
Como exemplo do que causa ao cérebro, o The National Institute on Alcohol Abuse and Alcoholism afirma:
“Dificuldade para andar, visão turva, dificuldade para falar, tempos de reação lentos, perda de memória: claramente, o álcool afeta o cérebro. Algumas dessas deficiências são detectáveis após apenas uma ou duas bebidas e resolvem-se rapidamente quando se deixa de beber. Por outro lado, uma pessoa que bebe excessivamente durante um longo período de tempo pode ter déficits cerebrais que persistem após o restabelecimento da sobriedade. Exatamente como o álcool afeta o cérebro e a probabilidade de reverter o impacto do consumo excessivo de álcool no cérebro, seguem sendo temas ardentes na pesquisa sobre álcool hoje em dia.
Sabemos que o consumo excessivo de álcool pode ter efeitos extensos e de grande alcance no cérebro, que vão desde simples "deslizes" na memória até condições permanentes e debilitantes que requerem cuidados ao longo da vida. Mesmo o consumo moderado de álcool leva ao comprometimento a curto prazo, como demonstrado por uma extensa pesquisa sobre o impacto do consumo de álcool na direção.”[4]
A dependência de drogas e álcool muitas vezes andam de mãos dadas. Pesquisas mostram que as pessoas que dependem do álcool são mais propensas a usar drogas, e as pessoas com dependência de drogas são muito mais propensas a beber álcool.[5]
Efeitos progressivos do álcool [6]
Concentração de álcool no sangue |
Mudanças nos sentimentos e personalidade |
Deficiências físicas e mentais |
0.01 — 0.06 |
Relaxamento |
Pensamento |
0.06 — 0.10 |
Sentimentos desfocados |
Reflexos adulterados |
0.11 — 0.20 |
Expressão excessiva |
Tempo de reação |
0.21 — 0.29 |
Estupor |
Severa debilidade motora |
0.30 — 0.39 |
Depressão severa |
Função da bexiga |
=> 0.40 |
Perda da consciência |
Respiração |
O Islam, a nossa bela religião, nos dá orientações sobre drogas e álcool. O Islam considera as drogas e o álcool proibidos e vetados. Qualquer quantidade de drogas ou álcool é proibida. Beber inclusive um pouco de vinho num evento social é totalmente proibido. Uma vez que o hábito de beber em pequenas quantidades logo se torna um vício.
Allah proibiu as drogas e álcool no Alcorão:
Ó fiéis, as bebidas inebriantes, os jogos de azar, a dedicação às pedras e as adivinhações com setas, são manobras abomináveis de Satanás. Evitai-os, pois, para que prospereis. Satanás só ambiciona infundir-vos a inimizade e o rancor, mediante as bebidas inebriantes e os jogos de azar, bem como afastar-vos da recordação de Deus e da oração. Não desistireis, diante disso? (Alcorão 5:90-91)
Quando esses versículos foram revelados ao Profeta, foi anunciado a quem possuísse álcool que estava proibido beber e vender, e foi ordenado que houvesse a eliminação de todas as bebidas inebriantes. Posteriormente, o álcool foi escoado pelas valetas da cidade de Medina.
Uma pessoa perguntou se o álcool poderia ser usado na Medicina, o Profeta disse: “Isso não é medicina, é a enfermidade.”[7]
O Profeta proibiu o álcool com palavras fortes. Ele disse:
“Em verdade, Allah amaldiçoou o khamr, a quem produz, pra quem foi feito, áquele que consome, para quem serve, a quem carrega, para aquele que é cobrado, a quem vende, a quem obtém lucro pela sua venda, a quem compra e a áquele para quem é comprado.” (Tirmidhi, Ibn Majah)
Os árabes antes do Islam gostavam de álcool e festas. Tinham cem nomes para o álcool em seu idioma. Para acabar com esse mal, Allah proibiu o álcool de forma gradual.
No primeiro estágio, Allah expressou Sua desaprovação sobre o consumo de álcool e os jogos de azar (Surah al-Baqarah 2:219). Na segunda fase foi proibido às pessoas rezarem estando embriagados (Surah an-Nisa 4:43). Na terceira e última fase, a proibição foi absoluta (Surah al-Maidah 5:90-91).
Qualquer bebida, droga ou substância que intoxique está proibida. O Profeta de Allah disse: "Todo intoxicante é khamr, e todo khamar é proibido." (Sahih Muslim)
Também disse: ‘O que intoxica em uma grande quantidade está proibido, inclusive em uma pequena quantidade.’ (Abu Dawud e Tirmidhi)
O que significa é que um gole de qualquer bebida alcoólica ou uma pequena quantidade de droga também está proibido.
Notas de rodapé:
[1] (http://articles.cnn.com/2002-04-09/health/college.drinking_1_college-students-binge-drinking-student-deaths?_s=PM:HEALTH)
[2] J McGinnis & W Foege, ‘Actual Causes of Death in the United States,’ Journal of the American Medical Association {JAMA}, Vol. 270, No. 18, 11/10/93, p.2208
[3] (http://www.cdc.gov/mmwr/preview/mmwrhtml/su6001a12.htm#tab)
[4] (http://pubs.niaaa.nih.gov/publications/aa63/aa63.htm)
[5] (http://pubs.niaaa.nih.gov/publications/AA76/AA76.htm)
[6] (http://www.alcohol.vt.edu/students/alcoholeffects/index.htm)
[7] Tirmidhi, Abu Dawud
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