Adultério, fornicação e pornografia (parte 1 de 2)
Descrição: Hoje, grande parte das pessoas tem uma vida de casal, mas sem estarem casados, praticam sexo casual ou assistem pornografia. Estas lições ensinarão ao novo muçulmano o que o Islam ensina sobre um tópico que afeta diretamente o coração.
Por Imam Mufti (© 2013 NewMuslims.com)
Publicado em 30 Dec 2019 - Última modificação em 25 Jun 2019
Impresso: 81 - Enviado por E-mail: 0 - Vizualizado: 7,562 (média diária:: 4)
Objetivos:
·Entender a incidência da fornicação e da pornografia na sociedade moderna.
·Aprender o claro veredito do Islam sobre a zina, como ela afeta a fé e que punição ela pode trazer.
·Aprender sobre a zina dos olhos, da língua e da mente.
·Aprender o que fazer caso alguém cometer zina.
Termos em árabe:
·Zina - Adultério ou fornicação envolve relação sexual vaginal e anal, também se refere a outras categorias de má conduta sexual.
·Haram - Proibido.
·Imán - Fé, crença ou convicção.
·Kabirah - Pecados maiores.
·Shirk - Palavra que significa atribuir parceiros a Allah, ou conferir atributos divinos a alguém que não seja Allah, ou acreditar que a fonte de poder, dano e bênçãos vem de outro além de Allah.
·Barzak - Estágio intermediário entre esta vida e a ressurreição.
Adultério ou fornicação, conhecido como zina em árabe, é considerado um pecado em todas as religiões. O sétimo mandamento da Bíblia diz: “Não cometerás adultério.” A Bíblia decreta a sentença de morte tanto para o adúltero como para a adúltera (Levítico 20:10). O adultério é uma infração penal em 23 estados nos Estados Unidos[1], com penalidades que vão desde uma multa de 10 dólares em Maryland até a prisão perpétua em Michigan.
No entanto, esse pecado tem sido cometido ao longo da história e as oportunidades de adultério são abundantes na cultura atual. Enquanto a imprensa sensacionalista relata casos amorosos de políticos, milionários e estrelas de cinema, muitos filmes promovem o adultério.
Quão comum é o adultério? O Relatório Janus sobre Comportamento Sexual estima que “Mais de um terço dos homens e um quarto das mulheres admitem ter tido pelo menos uma experiência sexual extraconjugal.”[2]
A fornicação é um pecado no Islam
No Islam, Allah estabeleceu regras para o sexo. A zina é proibida e é um dos maiores e mais graves pecados (kabirah) após o shirk e o assassinato. A zina destrói o iman, tira a qualidade da fé de uma pessoa e a expõe ao castigo e à humilhação, a menos que ela se arrependa. Disse Allah:
“(Igualmente o são) aqueles que não invocam, com Allah, outra divindade, nem matam nenhum ser que Allah proibiu matar, senão legitimamente, nem fornicam;(pois sabem que) quem assim proceder, receberão a sua punição: No Dia da Ressurreição ser-lhes-á duplicado o castigo; então, aviltados, se eternizarão (nesse estado). Salvo aqueles que se arrependerem, crerem e praticarem o bem; a estes, Allah computará as más ações como boas, porque Allah é Indulgente, Misericordiosíssimo.” (Alcorão 25:68-70)
“Evitai a fornicação, porque é uma obscenidade e um péssimo exemplo!” (Alcorão 17:32)
Os eruditos apontam que nesse versículo Allah não diz, “não cometa zina”, mas “nem (sequer) chegue perto da zina.”
Os eruditos explicam: não faça nenhuma coisa que possa te aproximar da zina ou levá-lo até ela. Um exemplo seria uma pessoa que permanece sozinha com alguém do sexo oposto em privacidade ininterrupta, tocando, observando, indo a lugares promíscuos como bares e boates, conversando sedutoramente com uma mulher, pensando e planejando atos imorais. Isso inclui o pecado cibernético e o adultério virtual. Isso também nos mostra que a pessoa deve manter-se afastada da pornografia na web, de filmes, revistas e sexo por telefone.
Quão prejudicial é a zina para a fé de alguém? O Profeta (que a paz e as bênçãos de Allah estejam com ele), disse: “Nenhum adúltero é um (verdadeiro) crente no momento em que comete adultério; nenhum ladrão é um (verdadeiro) crente no momento em que rouba; nenhum bebedor de embriagantes é um (verdadeiro) crente no momento em que bebe.”[3]
A zina dos olhos, da língua, e da mente
O Islam não dá o nome de zina somente às relações sexuais vaginais fora do casamento, que é apenas um dos seus muitos tipos. A pornografia é, talvez, o tipo mais comum de zina atualmente.
Das pessoas que utilizam a Internet, 43% visitam sites de pornografia. Cerca de 40 milhões de americanos visitam regularmente sites pornográficos, os downloads pornográficos representam 35% de todos os downloads da Internet. Dos 40 milhões de visitantes regulares, 33% são mulheres, enquanto 70% dos homens de 18 a 24 anos visitam sites pornográficos mensalmente. Não são apenas adultos. “Sexo” e “pornografia” estão entre os 5 termos mais procurados por crianças menores de 18 anos.[4] O rendimento produzido pela indústria pornográfica é superior ao de todas as grandes empresas de tecnologia juntas. É o tópico número uma das pesquisas na Internet. Em média, uma criança de 11 anos está exposta a isso.[5]
Disse o Profeta: “Allah decretou para os filhos de Adão a sua parte de zina, que inevitavelmente o alcançará. A zina dos olhos está no olhar, a zina da língua está no falar. O coração deseja e anseia e as partes privadas confirmam ou negam.”[6]
Ver pornografia é a zina dos olhos. Falar de sexo é a zina da língua. Fantasiar sobre sexo com um estranho é a zina da mente.
O castigo da zina na outra vida
O castigo daqueles que morrem sem se arrepender da zina começa no seu túmulo. Em um longo hadith, o Mensageiro de Allah relatou um sonho no qual ele viu Gabriel e Malik acompanhando-o na forma de homens, lhe mostrando como um número de pecadores estavam sendo castigados no Barzak.
Disse o Profeta: “… prosseguimos até encontrarmos um buraco no chão que parecia uma cova para cozimento, estreito em cima e largo em baixo. Balbucios e vozes saiam dela. Vimos nela homens e mulheres nus. Abaixo da cova havia um fogo abrasador; cada vez que aumentava, os homens e as mulheres gritavam e se levantavam com ele, até que quase caíam da cova. À medida que diminuía, eles voltavam ao fundo. Perguntei: ‘Quem são estes?’ Responderam: ‘São homens e mulheres que se entregaram à zina…’”[7]
Em narrativa semelhante, o Profeta de Allah disse: “Continuamos até que vi pessoas terrivelmente inchadas e tinham um cheiro terrível, seu odor era como o do esgoto. Perguntei: ‘Quem são estes?’ Eles responderam: ‘Estes são os adúlteros e as adúlteras.’”[8]
O que fazer caso tenha cometido zina?
1. Reconhecer que Allah perdoa todos os pecados. Portanto, a pessoa deve se arrepender sinceramente perante Allah.[9] Disse o Profeta: “Aquele que se arrepender antes que o sol suba (do Oeste), Allah o perdoará.”[10]
2. A pessoa deve esconder seu pecado e não divulgá-lo aos outros. Deve-se consultar um especialista bem informado sobre o que fazer no caso de ser casado, uma vez que as DSTs (doenças sexualmente transmissíveis) podem estar envolvidas.
Notas de rodapé:
[1] (http://www.nytimes.com/2012/11/15/us/adultery-an-ancient-crime-still-on-many-books.html)
[2] Samuel Janus and Cynthia Janus, The Janus Report on Sexual Behavior (New York: John Wiley and Sons, 1993), 169.
[3] Sahih Al-Bukhari
[4] (http://www.onlineeducation.net/porn)
[5] (http://www.familysafemedia.com/pornography_statistics.html)
[6] Sahih Al-Bukhari, Sahih Muslim
[7] Sahih Al-Bukhari
[8] Ibn Khuzaymah & Ibn Hibban
[9] Para saber mais sobre o arrependimento, por favor acesse: (http://www.newmuslims.com/lessons/7/) [3 partes]
[10] Sahih Muslim
Lição Anterior: Sinais do Dia do Juízo Final (parte 2 de 2): os sinais maiores
Próxima Lição: Adultério, fornicação e pornografia (parte 2 de 2)
- As orações voluntárias
- Como tratar os animais
- Mentira, difamação e calúnia (parte 1 de 2)
- Mentira, difamação e calúnia (parte 2 de 2)
- Aumentando a fé (parte 1 de 2): Por que a fé não está sempre em um mesmo nível
- Aumentando a fé (parte 2 de 2): Aumente sua fé (Iman) e ganhe recompensas
- Jejuns voluntários
- Sinais do Dia do Juízo Final (parte 1 de 2): os sinais menores
- Sinais do Dia do Juízo Final (parte 2 de 2): os sinais maiores
- Adultério, fornicação e pornografia (parte 1 de 2)
- Adultério, fornicação e pornografia (parte 2 de 2)
- Diretrizes islâmicas para interações de gêneros (parte 1 de 2)
- Diretrizes islâmicas para interações de gênero (parte 2 de 2)
- Introdução à Shariah (parte 1 de 2)
- Introdução à Shariah (parte 2 de 2)
- Ações que correspondem à natureza humana (sunan ul-fitrah)
- Eid ul-Adha de A a Z (parte 1 de 3)
- Eid ul-Adha de A a Z (parte 2 de 3)
- Eid ul-Adha de A a Z (parte 3 de 3)
- Inovação no Islam (parte 1de 2): duas formas de Bidah
- Inovação no Islam (parte 2 de 2): isso é uma bidah?
- Ramadan: as últimas dez noites
- Umrah (parte 1 de 2)
- Umrah (parte 2 de 2)
- O conceito de pecado no Islam (parte 1 de 3)
- O conceito de pecado no Islam (parte 2 de 3)
- O conceito de pecado no Islam (parte 3 de 3)