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Um introdução à família muçulmana (parte 1 de 2)

Avaliação:

Descrição: A família é uma das instituições centrais que constituem a sociedade muçulmana. Esta lição de duas partes analisa os sentimentos básicos da vida familiar, que definem a natureza e o significado dessa instituição social. Parte 1: A Base e o propósito do Casamento, casamentos Inter-religiosos e direitos matrimoniais.

Por Imam Mufti

Publicado em 09 Dec 2019 - Última modificação em 06 Aug 2022

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Objetivos

·Conhecer os conceitos básicos sobre casamento e família no Islam.

·Conhecer o propósito do matrimônio no Islam.

·Familiarize-se com os regulamentos islâmicos sobre casamentos inter-religiosos.

·Conhecer os direitos maritais dos cônjuges.

Termos em árabe:

·Mahr –dote, um presente que o esposo oferece a esposa.

A família é uma das instituições constitutivas centrais da sociedade. No Islam, a família se constitui através do casamento, que é um compromisso legal e não um sacramento no sentido cristão, e é garantido por um contrato escrito. O casamento se trata de estabilidade, lealdade, segurança e maturidade. A vida conjugal é marcada pela misericórdia, amor e compaixão, como Allah diz:

“Entre os Seus sinais está o de haver-vos criado companheiras da vossa mesma espécie, para que com elas convivais; e colocou amor e piedade entre vós.” (Alcorão 30:21)

Os sentimentos básicos da vida familiar que definem a natureza e o significado desta instituição social são o amor, o cuidado carinhoso e a confiança, nos quais ambos os cônjuges encontram conforto mútuo:

“Entre os Seus sinais está o de haver-vos criado companheiras da vossa mesma espécie, para que com elas convivais; e colocou amor e piedade entre vós. Por certo que nisto há sinais para os sensatos.” (Alcorão 7:189)

“Elas são vossas vestimenta e vocês as delas.” (Alcorão 2:187)

O propósito do casamento

1. A atração sexual é uma emoção humana natural, o Islam não a bloqueia nem a despreza, mas proporciona canais para satisfazer as necessidades sexuais sem comprometer a responsabilidade social, e faz isso estabelecendo o casamento como o limite para regular a sexualidade.

2. Uma pessoa solteira é muito fraca para passar por esta vida desacompanhada. Um companheiro de vida, na forma de um cônjuge, partilha os prazeres e fardos da vida. O casamento provê ao indivíduo o apoio social de que ele ou ela precisa, fornece um conjunto de relações pessoais e íntimas no contexto do mundo impessoal e burocratizado da sociedade moderna.

3. A família é sobre continuidade e extensão. O casamento tem a ver com elevar a próxima geração e transmitir os valores e a sabedoria da geração anterior.

4. O casamento é um meio de preservar a linhagem, controlar a reprodução e assegurar a inserção social dos filhos nascidos dentro da unidade familiar. O Islam não torna a mãe a única responsável pela educação dos filhos, mas torna o pai o principal responsável por eles. Cada criança deve ser atribuída ao seu pai biológico para que as linhagens não sejam confundidas por um comportamento sexual caótico na sociedade. Através do casamento, os indivíduos unem-se e recebem a permissão da sociedade e da lei para perpetuar a sua linhagem e tradições através de sua descendência.

Casamentos inter-religiosos

A fé é o fator mais importante para um muçulmano ao escolher um parceiro. As mulheres muçulmanas não têm permissão para se casar com um homem de outra religião. Os homens muçulmanos podem casar com mulheres judias ou cristãs sob certas condições, não podem casar com mulheres de outras religiões, mas apenas com aquelas que aderem à religião judaica ou cristã. No entanto, a castidade é uma condição importante, então só pode se casar com mulheres virgens, divorciadas ou viúvas.

A razão pela qual a permissão para casar com pessoas de outras religiões é apenas para homens é para proteger a religião das mulheres muçulmanas. Se um marido muçulmano exige que sua esposa evite se vestir de forma inadequada ou beijar seus amigos homens – uma prática social aceitável no Ocidente – ela pode fazer isso sem afetar sua prática religiosa. Por outro lado, se um marido cristão pedisse à sua esposa muçulmana para comprar álcool, servir-lhe porco, vestir roupas reveladoras ou beijar seus amigos, isso significaria desobedecer a Allah e seria, portanto, prejudicial à sua prática religiosa. Além disso, os muçulmanos são fortemente aconselhados a não se casar com judeus ou cristãos em um país onde o governo não é muçulmano e os muçulmanos são uma minoria, pois se esse casamento terminar em divórcio ou o marido morrer, o tribunal daria a custódia dos filhos à mãe, que os criaria como não muçulmanos.

Direitos matrimoniais

O Islam estabelece claramente os direitos e responsabilidades de cada cônjuge para manter a harmonia conjugal. Este fato é mencionado no Alcorão:

“...elas tem direitos equivalentes aos seus deveres, embora os homens tenham um grau sobre elas.” (Alcorão 2:228)

Em geral, os maridos têm mais direitos do que as esposas devido ao seu papel na família, tal como os pais têm mais direitos do que os filhos e os líderes têm mais direitos do que as massas, etc. O marido é responsável pelo bem-estar da família.

No entanto, a liderança deve basear-se na consulta mútua e não deve ser de natureza ditatorial. Referindo-se a um dos assuntos da vida conjugal – o desmame da criança – o Alcorão recomenda a consulta mútua:

“Porém, se ambos, de comum acordo e consulta mútua, desejarem a desmama.” (Alcorão 2:233)

O Alcorão incentiva os maridos a viver amorosamente e consultarem-se mutuamente:

“E consultai-vos cordialmente...” (Alcorão 65:6)

Em resumo, os direitos da esposa sobre o marido são os seguintes:

(1) Mahr ou dote de casamento dado pelo marido no momento do casamento.

(2) ) Mantê-la financeiramente, incluindo moradia, alimentação, vestuário e gastos com ela de acordo com padrões socialmente aceitáveis.

(3) O bom tratamento e o carinho.

(4) A satisfação sexual.

(5) Divórcio: A esposa pode pedir o divórcio quando o marido insiste em desobedecer a Allah, ou em casos de crueldade, abuso físico, violação dos deveres ou por qualquer outra razão válida.

Os direitos do marido sobre a esposa são os seguintes:

(1) Obediência: O marido tem o direito de ser obedecido por sua esposa no que ele lhe ordena de acordo com o que é razoável e dentro de suas possibilidades, desde que isso não implique a desobediência a Allah. Um muçulmano não deve obedecer a ninguém se for uma questão de cometer um pecado, ainda que seja seu cônjuge.

(2) O marido tem direito ao bom trato e afeto.

(3) Satisfação sexual.

(4) Divórcio.

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