O papel de um estudioso muçulmano (parte 2 de 2)
Descrição: Termos associados à estudos mulçumanos e por que os muçulmanos seguem um caminho intermediário.
Por Aisha Stacey (© 2015 NewMuslims.com)
Publicado em 07 Jan 2020 - Última modificação em 04 Jun 2015
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Objetivos:
·Compreender o papel de um estudioso muçulmano.
·Compreender a profundidade de sua educação.
·Compreender a terminologia associada às leis e aos meios de estudos islâmicos.
Termos em árabe:
·Fatwa – (plural: fatawa) Veredicto sobre um ponto da lei islâmica dado por uma autoridade reconhecida.
·Mufti – Uma pessoa qualificada para dar um veredicto ou fatwa.
·Aalim – (plural: Ulama) Alguém que tem conhecimento. O termo geralmente se refere ao estudioso religioso muçulmano.
·Qadi – Um juiz muçulmano que toma decisões legais de acordo com a shariah.
·Shariah – Lei islâmica.
·Sahabah – (plural - Sahabi) Se traduz como "companheiros". Um sahabi, como a palavra é comumente usada hoje, é alguém que viu o Profeta Muhammad, acreditou nele e morreu como muçulmano.
Existem muitos termos associados ao status de um estudioso e muitos deles estão definidos na seção de termos em árabe desta lição e na lição anterior. Dois termos, no entanto, exigem uma definição e compreensão mais aprofundadas. Fatwa e mufti são duas palavras que são usadas com facilidade, mas às vezes sem realmente entender seu significado.
A fatwa é uma decisão legal islâmica, emitida por um especialista em direito religioso. Geralmente refere-se a um problema específico e é fornecido a pedido de um indivíduo, grupo ou juiz e será usada para resolver um problema. Uma fatwa é necessária se um ponto da lei ou as circunstâncias não forem claras. As Fatawas também são necessárias quando se desenvolvem novos assuntos, como o avanço da tecnologia e da ciência. "Um muçulmano pode se envolver na clonagem?" É, por exemplo, uma pergunta que exigiria uma fatwa.
Nas nações que seguem a lei islâmica, as fatawas são rigorosamente debatidas antes de serem ditas publicamente. Elas são confirmadas por consenso de um conselho religioso supremo. Nesses países, a fatawa raramente é contraditória e é aplicável por leis. Em nações que não reconhecem a lei islâmica, os muçulmanos são frequentemente confrontados com as fatawas concorrentes. Se for esse o caso, uma pessoa pode escolher qual decisão seguir.
A menos que uma pessoa seja extremamente bem educada em jurisprudência islâmica, ela não tem autoridade para emitir uma fatwa. Uma pessoa assim educada é conhecida como mufti. Um mufti é considerado o ápice dos estudiosos por causa do treinamento avançado necessário. Ele é um especialista em leis islâmicas, qualificado para emitir pareceres oficiais (fatawa); geralmente um membro dos ulama estabelecidos e classificado acima de um qadi. O qadi, por outro lado, emite um julgamento sobre casos ou incidentes particulares pertencentes a um indivíduo ou grupos. Normalmente, esses casos envolvem dois adversários. Sob circunstâncias normais, ambas as partes (o mufti e o qadi) trabalham juntas. O mufti constrói o ponto da lei e o qadi a aplica.
Para emitir uma fatwa, o mufti deve saber várias coisas que só podem ser entendidas depois de anos de educação religiosa abrangente. Por exemplo, ele deve conhecer os versículos do Alcorão referentes à regra em questão - quando cada um foi revelado e por quê, além de ser capaz de distinguir entre versículos de apoio e de oposição. Ele deve estar familiarizado com tudo o que diz respeito à decisão e à solidez de suas cadeias de transmissão e familiarizado com os precedentes legais sobre o assunto, incluindo argumentos e qualquer consenso alcançado por estudiosos anteriores. Ele também deve ser bem versado na sintaxe, gramática, pronúncia, idiomas, usos linguísticos especiais, costumes e cultura predominantes na época do Profeta e nas duas gerações seguintes.
Vale lembrar que a fatawa emitida por indivíduos não qualificados e / ou não autorizados não tem legitimidade legal. É inadmissível emitir uma fatwa quando a pessoa não possui o conhecimento necessário. Além disso, uma decisão de um mufti não recebe força de lei. É uma resposta a uma questão e cabe aos indivíduos seguir a decisão ou não. A lei, por outro lado, é aplicada por sentenças individuais do tribunal.
A lei islâmica também conhecida como Shariah chama as pessoas para o caminho equilibrado, em todas as coisas, incluindo crença, adoração, ética, moralidade, comportamento, interações e entendimento intelectual. Isso poderia ser chamado de base da shariah, onde o princípio essencial e orientador é a moderação. O Islam alcança um equilíbrio entre extremos.
O Profeta Muhammad disse: "Ó povo! Tenha cuidado em chegar a extremos em questões religiosas, porque aqueles que vieram antes de vocês estavam fadados a falhar por isso." [1] No Islam, a religião não está separada da vida cotidiana; um muçulmano se esforça para tornar todos os aspectos de sua vida um ato de adoração. É por isso que o Profeta Muhammad aconselhou seus seguidores a serem moderados, seguirem um caminho intermediário e sempre escolherem as opções mais fáceis dentro das normas da shariah. Um dos papéis do estudioso muçulmano é orientar e educar outras pessoas sobre onde estão essas fronteiras.
“E, assim, fizemos de vós uma comunidade mediana ...” (Alcorão 2: 143)
A amada esposa do Profeta Muhammad, Aisha, disse que: “Sempre que o Profeta tinha que escolher entre duas opções, ele sempre optava pela opção mais fácil, a menos que fosse pecaminosa; nesse caso, ele a evitava.” [2] Assim, parte do papel de um estudioso muçulmano é facilitar o Islam para os outros e impedir as pessoas de irem ao extremo.
Allah disse ao Profeta Muhammad: "Pela misericórdia de Deus, foste gentil para com eles; porém, tivesses tu sido insociável ou de coração insensível, eles se teriam afastado de ti...”(Alcorão 3: 159). Portanto, quando ele enviou Mu'adh Ibn Jabal (que Allah esteja satisfeito com ele) para ensinar o Islam ao povo do Iêmen, ele deu o seguinte conselho: "Facilite os assuntos religiosos para as pessoas e não as complique. Obedeça um ao outro e não façam diferença entre vocês."
O Islam também encontra um equilíbrio em obter conhecimento de estudiosos islâmicos. Um muçulmano não deve se considerar auto-suficiente e, portanto, ignora tudo o que os estudiosos têm a dizer - este é um caminho certo para cair em ideologias divergentes. E, por outro lado, ele não deve considerar infalíveis os estudiosos islâmicos; considerar infalível suas palavras faz parte dos extremos dos quais os crentes devem se afastar. Um muçulmano humildemente reconhece seu nível de conhecimento e aprende o Islam com aqueles que são competentes e confiáveis.
Os estudiosos muçulmanos, aqueles educados para aconselhar e tomar decisões religiosas, fazem o possível para ajudar os fiéis a permanecerem firmemente no caminho certo, o caminho do meio. Em primeiro lugar, eles realizam treinamento e educação religiosa altamente especializados; sua profundidade de conhecimento não é obtida por meio de todas as informações facilmente disponíveis na internet hoje. Um estudioso é uma pessoa que sabe e passou muitas horas e anos, até décadas, adquirindo tal conhecimento.
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