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Cidades sagradas; Meca, Medina e Jerusalém (parte 1 de 2)

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Descrição: A importância das cidades sagradas e por que elas ocupam um lugar especial no coração de todos os muçulmanos.

Por Aisha Stacey (© 2015 NewMuslims.com)

Publicado em 07 Jan 2020 - Última modificação em 14 Jun 2015

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Objetivos

·Compreender por que as três cidades sagradas são importantes.

Termos em árabe

·Masjid - O termo árabe para mesquita.

·Sahabah - A forma plural de “Sahabi”, que se traduz em Companheiros. Um sahabi, como a palavra é comumente usada hoje, é alguém que viu o Profeta Muhammad, acreditou nele e morreu como muçulmano.

·Caaba - A estrutura em forma de cubo localizada na cidade de Meca. Serve como um ponto focal para o qual todos os muçulmanos se voltam quando oram.

·Hajj - O Hajj é um dos cinco pilares do Islam, e todo muçulmano adulto deve fazê-lo pelo menos uma vez na vida, se tiver os meios financeiros e for fisicamente capaz [de fazer essa viagem].

·Qiblah - A direção que se segue durante as orações formais.

Sacred-Cities-Part-1.jpgUm dos sahabah perguntou uma vez ao Profeta Muhammad, qual foi a primeira masjid construída na terra. Ele respondeu: "A Mesquita Sagrada em Meca". “Qual veio depois?” Perguntou o sahabi e o Profeta respondeu “Mesquita Al-Aqsa em Jerusalém”.[1]

O Profeta Muhammad aconselhou seus seguidores a não se prepararem para uma jornada religiosa, exceto para três mesquitas.[2]

Essas três mesquitas são os três locais mais sagrados do Islam e estão situadas em três cidades sagradas, Meca, Medina e Jerusalém. Todas as três cidades estão no Oriente Médio, duas na atual Arábia Saudita e a outra na Terra Santa, agora conhecida como Palestina ou Israel. Em duas lições, examinaremos atentamente o significado das três cidades e discutiremos o que elas significam para os muçulmanos em todo o mundo.

Meca

A cidade de Meca é onde está localizada a maior mesquita do mundo: Masjid Al Haram (a Mesquita Sagrada). Ela circunda a Caaba, uma estrutura em forma de cubo considerada pelos muçulmanos como a primeira casa de culto. No século 21, esta mesquita possui um grande terraço ao ar livre com piso de mármore branco que reflete a luz durante o dia e a noite. É um espaço enorme que pode receber 4 milhões de pessoas na temporada do Hajj. É um espaço que está sempre acordado e onde pessoas de todo o mundo se reúnem para passar seus dias e noites em adoração e contemplação. Atualmente, Meca está muito longe de seu começo humilde.

A área em que a Meca está foi objeto de histórias que remontam ao início dos tempos. Tanto o Alcorão quanto a Bíblia mencionam o nome anterior de Meca de Beca como um local de culto. “Bem-aventurados aqueles cuja força está em ti e têm o coração para fazer a peregrinação. Quando passam pelo vale de Bakka, usam-no como um local de fontes ...[3]

“Na verdade, a primeira casa de culto designada para a humanidade foi em Becca ...” (Alcorão 3:96)

Os primeiros muçulmanos oraram em direção a Masjid Al-Aqsa em Jerusalém. Enquanto exilado em Medina, o Profeta Muhammad recebeu uma revelação de Deus instruindo-o a voltar-se para a Caaba. Assim, tornou-se a qibla para os muçulmanos em todo o mundo. Os historiadores e estudiosos do Islam diferiram sobre quem construiu a Caaba. Alguns dizem que foi construída pelos anjos. Outros dizem que o pai da humanidade, Adam construiu a Caaba, mas ao longo de muitos séculos ela caiu em desuso e foi reconstruída pelo Profeta Ibrahim e seu filho Ismael. Todos concordam que a Caaba foi construída ou reconstruída pelo Profeta Ibrahim.

“E quando Abraão e Ismael levantaram os alicerces da Casa, exclamaram: Ó Senhor nosso, aceita-a de nós pois Tu és Oniouvinte, Sapientíssimo." (Alcorão 2: 127)

O Profeta Muhammad nasceu na cidade de Meca em 570 D.C. Naquela época, Meca era um oásis nas rotas comerciais entre o Iêmen e o Mar Mediterrâneo. Há evidências históricas indicando que mercadorias de todo o mundo conhecido fluíam pelos mercados de Meca. E os peregrinos costumavam visitar a Caaba. Naquele momento histórico, estava cheio de estátuas e ídolos.

A cada ano, os peregrinos viajavam para Meca e a tribo do Profeta Muhammad, os Quraish[4], ganhavam muito bem negociando com os peregrinos. A vida profética de Muhammad colocou em risco seus meios de subsistência muito lucrativos e essa foi uma das inúmeras razões complexas pelas quais eles causaram estragos nos muçulmanos e eventualmente os expulsaram da cidade.

O Profeta Muhammad disse uma vez sobre Meca: "Por Allah, você é a melhor e mais amada das terras de Allah para Ele. Se eles não tivessem me perseguido, eu nunca teria deixado você" [5] E ele observou em uma ocasião: "Allah, não o povo, fez de Meca um santuário; é por isso que quem acredita em Allah e no Último Dia nunca pode derramar sangue sobre ele ou cortar suas árvores." [6]

Quando o Mensageiro de Allah retornou a Meca, ele assumiu o controle da cidade com grande diplomacia e misericórdia incomum com seus habitantes. Ele expurgou a Caaba e toda a península arábica de ídolos e qualquer forma de adoração que não fosse para Allah. Meca tomou seu lugar na história como o centro espiritual do Islam.

Medina

Sacred-Cities-Part-1_b.jpgMedina, também na Arábia Saudita atual, é o segundo lugar mais sagrado do Islam. Sua importância vem da presença do Masjid An-Nabawi (também conhecida como Mesquita do Profeta). Ela está localizada na casa que o Profeta tinha em Medina e é o local onde estão seus restos mortais. Medina também tem duas mesquitas importantes: Masjid Al Quba, a primeira mesquita construída quando o Profeta e os Sahabah fugiram para Medina (conhecida na época como Yathrib), e a Masjid Al Qiblatain, construída no local onde o Profeta Muhammad recebeu a revelação de mudar a direção da qiblah de Jerusalém para Meca. Al Baqi, um cemitério onde muitos membros da família do Mensageiro de Allah, califas e estudiosos descansam, também está dentro de seu território.



Notas de rodapé:

[1] Sahih Bukhari, Sahih Muslim

[2] Sahih Bukhari

[3] Psalm 84

[4] Quraish é o nome da tribo mais poderosa de Meca na chegada do Islam, e aquela à qual o Profeta Muhammad pertencia. É também o nome de um capítulo do Alcorão.

[5] At-Tirmidhi, An-Nasai

[6] Sahih Bukhari e Sahih Muslim

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