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Carne do Povo do Livro (parte 1 de 2)

Avaliação:

Descrição: Duas lições que lançarão luz sobre as regras e regulamentos islâmicos para a carne abatida e as práticas predominantes nos matadouros ocidentais, e proporcionarão orientação sobre onde comprar carne.

Por Imam Mufti (© 2015 IslamReligion.com)

Publicado em 12 Jan 2020 - Última modificação em 25 Jun 2019

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Objetivos:

·Entender a importância de aprender as regulações islâmicas sobre a alimentação.

·Compreender os aspectos do procedimento islâmico para o sacrifício e a sabedoria que há por trás das regras islâmicas para sacrificar os animais.

Termos em árabe:

·Qiblah - A direção em que se orienta durante as orações formais.

·Halal - Permitido.

A importância de aprender as regulações islâmicas sobre a alimentação

Meat-of-the-People-of-the-Book-(part-1-.jpgPara os muçulmanos, ainda existe muita confusão em torno da questão dos alimentos e da carne que é vendida nos mercados e que é consumida nos restaurantes do Ocidente. A questão do sacrifício de animais não é um assunto mundano no qual o indivíduo possa agir como deseja, ele é considerado um ato de adoração. O Mensageiro de Allah (que a misericórdia e as bênçãos de Allah estejam sobre ele) disse:

“Quem reza nossa oração, orienta sua face em direção a qiblah e come nossos animais sacrificados, é um crente e está sob a proteção de Allah e de Seu Mensageiro.”[1]

Este hadith do Mensageiro de Allah é claro; o sacrifício de animais ocupa um lugar importante no Islam. O Profeta contava o sacrifício de animais como a oração e a orientar-se em direção a qiblah.

Duas categorias de alimentos

Vegetais e frutas

Naturalmente, nem as frutas nem os legumes têm regulações especiais para o abate. Por consenso dos estudiosos, eles são halal e permissíveis independentemente de quem os cultivou ou possuiu, desde que sejam saudáveis e livres de impurezas. Portanto, um muçulmano pode comê-los, mesmo que eles venham de pessoas de outras religiões.

A carne de animais se divide, por sua vez, em duas categorias: frutos do mar e animais terrestres.

Frutos do mar

De acordo com os sábios, os frutos do mar são halal em geral, independentemente de onde foram capturados. Visto que os pescados não requerem procedimentos especiais de sacrifício, são considerados lícitos. Isto inclui camarões e lagostas, segundo a grande maioria dos estudiosos. Algumas exceções são:

·Crocodilos

·Rãs

·Lontras e tartarugas (porém são halal depois de sacrificados)

Carnes proibidas de animais domésticos

É permitido comer a carne de um animal selvagem (ou seja, não domesticado) se os pré-requisitos de caça forem cumpridos.

É permitida a carne de animais domésticos com a condição de terem sido abatidos em conformidade com as diretrizes islâmicas. Caso se enquadre numa das categorias mencionadas no versículo seguinte, se torna proibido:

“Estão-vos vedados: a carniça, o sangue, a carne de suíno e tudo o que tenha sido sacrificado com a invocação de outro nome que não seja o de Allah...” (Alcorão 5:3)

Ibn ‘Abbas narrou que o Mensageiro de Allah proibiu comer todos os animais carnívoros que tenham dentes caninos feitos para desgarrar a carne (ou seja, animais de rapina, como cães e raposas) e todos os pássaros com garras (como águias e falcões).[2]

Elementos do procedimento islâmico para o sacrifício

·O que deve ser cortado:

·Duas veias jugulares (vasos sanguíneos largos do pescoço)

·A garganta (canal de respiração; traqueia)

·O Esôfago (tubo que passa os alimentos e a água; garganta)

·É permitido usar qualquer instrumento capaz de sangrar o animal, seja de aço, ferro, pedra afiada ou madeira, exceto osso, dente ou unha. O instrumento deve ser afiado. É desencorajado o uso de um instrumento contundente para que o animal não seja afligido ou sofra desnecessariamente.

Sabedoria por trás das regras islâmicas do sacrifício

A sabedoria das regras islâmicas para o sacrifício é tirar a vida do animal da maneira mais rápida e menos dolorosa; os requisitos de usar um instrumento afiado e cortar a garganta estão relacionados com este fim. É proibido cortar a garganta com dentes ou unhas, pois isso causará dor ao animal e é provável que o estrangule. O Profeta recomendou afiar a faca e acalmar o animal, dizendo: "Allah ordenou a bondade em tudo, e quando você sacrificar, faça-o da melhor maneira, afiando primeiro a faca e acalmando o animal.”[3]

Pronunciar Bismillah é um pré requisito?

Primeiro, esta prática se opõe a prática dos idólatras antes do Islam, que mencionavam os nomes de seus ídolos inexistentes enquanto sacrificavam.

Segundo, os animais, como os seres humanos, são criaturas de Allah e são seres vivos. Portanto, é importante dizer "Bismillah" antes de tirar a vida de um desses animais, pois essa prática equivale a obter permissão de Allah. Mencionar o nome de Allah ao sacrificar o animal é uma declaração desta permissão divina, como se aquele que sacrifica o animal dissesse: "Este meu ato não é um ato de agressão contra o universo ou de opressão desta criatura, mas em nome de Allah eu sacrifico, em nome de Allah eu caço, e em nome de Allah eu me alimento."

Segundo a maioria dos sábios muçulmanos, é necessário pronunciar Bismillah já que do contrário a carne se torna proibida. Isto se baseia nos versículos 6:121, 5:4, 22:34, 22:36, 6:138, 6:119. O Profeta Muhammad disse: "Assim que sacrifiquem em nome de Allah." [4]

Quem está qualificado para sacrificar?

O muçulmano, o judeu e o cristão estão qualificados para realizar o sacrifício. Segundo a grande maioria dos sábios, a carne sacrificada por um judeu, ou um cristão deve cumprir os mesmos critérios que as de um muçulmano. Se não são cumpridos esses critérios, então a carne será considerada como a de um "animal morto" ou similar.

Objeção comum

Algumas pessoas dizem que enquanto o Povo do Livro considerar que o que mataram (por choque ou elétrico, etc) é halal e o considerem permissível em sua religião, é halal para os muçulmanos.

Isto é incorreto, porque:

(a) Allah nos proibiu um animal que tenha sido estrangulado ou sufocado até a morte (por exemplo, amarrando uma corda), ou golpeado até a morte por uma marreta como indicado no Alcorão 5:3, e todos os sábios muçulmanos concordam com sua proibição. Portanto, um animal abatido por um judeu ou cristão sem o devido processo será considerado proibido e a carne será proibida assim como a carne de porco, e não faz diferença se é um muçulmano que estrangula ou espanca o animal até a morte ou se é outra pessoa. De acordo com o Alcorão 5:3 está proibido.

(b) A carne de porco é consumida pelos cristãos, porém nenhum sábio a considera permitida. Da mesma forma, é proibida a carne de um animal que tenha sido morto por um judeu ou cristão ao quebrar o pescoço ou de qualquer outra forma que não satisfaça os critérios islâmicos de sacrifício. Por quê? Porque todos eles - carne de porco, carniça, animais estrangulados ou espancados até à morte - foram proibidos por Allah, no mesmo versículo do Alcorão (5:3). O versículo não faz distinção entre o porco, um animal morto por estrangulamento, atordoado/eletrocutado, golpeado até à morte ou cuja cabeça seja esmagada.



Notas de rodapé:

[1] Sahih Al-Bukhari

[2] Sahih Al-Bukhari, Sahih Muslim

[3] Sahih Muslim

[4] Sahih Al-Bukhari

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