Biografia detalhada do Profeta Muhammad: O período em Meca (parte 2 de 3)
Descrição: Uma lição em três partes detalhando a vida do Profeta Muhammad antes da revelação e os anos seguintes, até que os muçulmanos foram forçados a deixar Meca. Parte 2: Sua vida adulta, a primeira revelação e a pregação secreta.
Por Imam Mufti (© 2016 NewMuslims.com)
Publicado em 12 Jan 2020 - Última modificação em 25 Jun 2019
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Objetivos:
·Aprender sobre o matrimônio e a família do Profeta.
·Aprender sobre a vida em retiro do Profeta antes de receber a revelação e como começou.
·Aprender sobre a pregação secreta do Islam nas primeiras etapas de sua missão.
Matrimônio e família
Uma senhora rica chamada Khadija o contratou para que comercializasse sua mercadoria na Síria em seu nome. Ele iria receber uma porcentagem de comissão das transações comerciais. Realizou a tarefa com tanta precisão e honestidade que ela lhe propôs casamento pedindo a uma de suas amigas que perguntasse se ele estava interessado. Khadija havia recebido muitas propostas de casamento depois da morte de seu segundo marido, porém havia negado todas. Ela viu algo especial em Muhammad (que a misericórdia e as bênçãos de Allah estejam sobre ele), que aceitou a proposta.
Muhammad teve que arrecadar o dinheiro necessário para pagar o dote, que era cerca de uns 500 dirhams. Ele tinha 25 anos, enquanto que Khadija era mais velha que ele, e já havia se casado duas vezes.
Isso não o desanimou, já que ela tinha todas as qualidades que ele poderia exigir: conduta virtuosa, linhagem nobre, beleza e riqueza. Muhammad e Khadija se casaram e tiveram seis filhos: dois meninos e quatro meninas. Ambos os meninos morreram na infância, enquanto apenas uma filha sobreviveu. No entanto, os dois meninos estavam destinados a serem substituídos por outros dois: um jovem chamado Zaid Ibn Harithah foi separado de sua família e acabou em Meca, Muhammad e Khadija decidiram adotá-lo e ficou conhecido como Zaid Ibn Muhammad.
Alguns anos mais tarde, houve fome em Meca, que se revelou muito difícil, especialmente para Abu Talib, que tinha de sustentar uma grande família. Para aliviar a sua carga, Muhammad e Khadija levaram um de seus filhos, Ali, para sua casa, e o criaram como se fosse seu próprio filho. Assim, se tornaram uma família feliz de oito pessoas.
Sua aversão ao politeísmo
Muhammad continuou sua profissão como comerciante durante muitos anos e viveu uma vida simples com sua esposa e filhos. Ele estava perturbado com a imoralidade presente em sua sociedade, mas o mais desprezível de todos os vícios do seu povo era a adoração de ídolos. Eles associavam com Allah as estátuas e desenhos feitos com suas próprias mãos. Muhammad rejeitou os falsos rituais aos quais os árabes pagãos se dedicavam, mesmo durante a peregrinação.
De fato, ele não era o único em sua aversão à adoração de ídolos. Havia Waraqah Ibn Nawfal, que tinha abandonado a idolatria e se tornado cristão. Waraqah leu as escrituras dos judeus e cristãos em hebraico e decidiu seguir esse caminho. Não se sabe que forma de cristianismo ele seguiu, mas como ele era um estudioso, provavelmente teve sua própria ideia sobre o que o Profeta Jesus realmente ensinou.
Revelação
Uma noite, perto do fim do mês do Ramadan, Muhammad estava rezando e meditando quando sentiu outra presença na caverna. "Leia!", ordenou uma voz. "Não sei ler", respondeu Muhammad com honestidade, pois era analfabeto, como a maioria dos árabes. Algo o agarrou e apertou com tanta força que ele não suportava mais a dor e depois o soltou. "Leia!", voltou a pedir a voz. "Não sei ler", respondeu Muhammad mais uma vez. Ele agarrou-o uma segunda vez e apertou. Isso não foi um sonho. Um simples belisco teria sido suficiente para o acordá-lo
Quando já não podia suportar a dor, o soltou. "Leia!", exigiu pela terceira vez. Muhammad estava assustado. O que era tudo isso? O que estava acontecendo? Havia muitas perguntas, porém não havia tempo para pensar. Teve que responder rapidamente. "Não sei ler". Outra vez foi agarrado com força avassaladora e logo o soltou e a voz recitou as seguintes palavras: “Lê, em nome do teu Senhor Que criou. Criou o homem de algo que se agarra. Lê, que o teu Senhor é Generosíssimo, que ensinou através do cálamo, ensinou ao homem o que este não sabia." (Alcorão 96:1-5)
Havia sido o anjo da Revelação: Gabriel (Jibril). Estava claro que ele lhe dizia para repetir o que tinha ouvido, e cumpriu plenamente. Essas palavras estavam completamente gravadas em sua memória. Então o anjo se foi, e ele ficou sozinho novamente.
O que aconteceu? O que eram aqueles versículos? Muhammad, sendo árabe, estava familiarizado com a poesia, mas não era poesia nem prosa. Não havia tempo para reflexão, estava assustado e desceu correndo pela montanha abaixo. Foi direto para casa com sua esposa, que era quem podia o confortar. "Cobre-me! Cobre-me", Khadija pôs um cobertor sobre ele até que se acalmou. Depois lhe contou sua experiência e admitiu que estava assustado. Ele recordou os versículos, letra por letra. Khadija imediatamente o consolou, dizendo: "Allah não te desonrará. Você é amável com sua família, ajuda os fracos, ajuda os necessitados, é generoso com seus convidados e luta pela verdade". Ela acreditava firmemente que Allah não permitiria que nada de mal acontecesse a um homem honrado como ele.
Pregação secreta
O Profeta continuou recebendo revelações pelo resto de sua vida. Inicialmente, ele só confiava naquelas pessoas que sabia serem de confiança. Meca era o coração da idolatria e não seria fácil mudar as coisas da noite para o dia. A missão exigia planejamento de longo prazo e, portanto, começou com uma pregação secreta apenas para aqueles que provavelmente estariam interessados. O Profeta começou na sua própria casa. Depois da reunião com Waraqah, Khadija ficou convencida de que seu marido era na realidade um Profeta. Conhecia muito bem o seu esposo, pois nos últimos quinze anos estavam casados, e era muito claro para ela que ele não era mentiroso nem estava possuído. Portanto, ela foi considerada a primeira crente. Logo acreditaram seu primo Ali e seu filho adotivo Zaid. Ambos eram jovens e sabiam distinguir entre um impostor e um homem sincero. Os jovens às vezes têm a capacidade de ver coisas que mesmo os anciãos experientes são incapazes perceber.
O primeiro homem fora da família a aceitar a mensagem foi Abu Bakr. Ele era o melhor amigo do Profeta durante muitos anos. Era um comerciante de linhagem nobre e respeitado em toda Meca por ser um filantropo e experiente em genealogia. Abu Bakr imediatamente começou a falar aos seus próximos sobre o Profeta, alguns aceitaram a mensagem como Az-Zubair, Abd Ar-Rahman, Saʿd e Talha. A mensagem começava a espalhar-se em Meca, ainda que discretamente.
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