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Vamos conhecer Muhammad (parte 1 de 2)

Avaliação:

Descrição: A primeira de uma lição de duas partes sobre conhecer o homem chamado Muhammad (que a paz esteja sobre ele), cujo nome é mencionado na Shahada.

Por Imam Mufti

Publicado em 12 Dec 2019 - Última modificação em 25 Jun 2019

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Pré-requisitos

·O Testemunho da Fé

Objetivos

·Conhecer a importância do Testemunho da Fé

·Conhecer o significado da segunda parte do Testemunho da Fé.

Termos em árabe

·Shahada - Testemundo da Fé.

Introdução

Previamente, discutimos os significados da primeira parte da Shahada: “La ilaha illa Allah”. Nesta série de lições, analisaremos a segunda parte, “Muhammadun Rasul-Allah”. Iremos conhecer o homem chamado Muhammad (que a misericórdia e as bênçãos de Allah estejam sobre ele) e iremos aprender o que significa realmente dar testemunho da sua profecia.

Quem foi Muhammad (que a misericórdia e as bênçãos de Allah estejam sobre ele)?

Muhammad nasceu numa nobre tribo de Meca, na Arábia, no ano de 570 E.C. A sua linhagem remonta ao Profeta Ismael, um dos dois filhos do Profeta Abraão. Seu pai faleceu antes do seu nascimento e sua mãe morreu quando ele tinha seis anos de idade. Ele foi criado primeiramente por uma ama de leite no deserto, como era habitual naqueles tempos, depois pelo seu avô e mais tarde pelo seu tio. Na sua juventude, era conhecido por ser um bom homem, fiel à sua palavra, sempre cumprindo-a. Aos 40 anos de idade Allah escolheu-o para ser Profeta, conforme previsto pelos profetas anteriores como Moisés e Jesus; e o anjo Gabriel trouxe-lhe a primeira revelação enquanto meditava na caverna de Hira, em Meca. Desde então, Allah enviou-lhe revelações por um período de 23 anos. Este livro de revelações chama-se Alcorão, e é o seu maior milagre existente até hoje e a prova da sua veracidade.

Assim como todos os profetas anteriores a ele, Muhammad foi um ser humano escolhido por Allah para comunicar a Sua mensagem à criação. Ele comia, bebia, e dormia como os outros seres humanos. O seu conhecimento acerca do futuro limitava-se ao que Allah lhe revelava. Em poucas palavras, ele não tinha nenhuma participação na gestão dos assuntos do universo. Não era divino, nem é um deus, e os muçulmanos não o adoram. Ele foi um Profeta e Mensageiro, um de uma longa lista de profetas que inclui Abraão, Moisés, os profetas hebreus e Jesus. Ele declarou a irmandade fraternal de todos os profetas:

“Todos os Profetas são irmãos paternos. As suas mães são diferentes, porém a sua religião é apenas uma.” (Al-Bukhari, Muslim)

É importante conhecermos o Profeta Muhammad, a sua vida, a sua biografia, a sua conduta, e o seu estilo de vida; ao fazer isso beneficiamo-nos das seguintes formas:

(1) Iremos amá-lo e respeitá-lo. Amar o Profeta é uma parte essencial da fé, como ele mesmo declarou:

“Nenhum de vós realmente crerá até que eu vos seja mais amado que os vossos próprios filhos, pais e todas as pessoas.” (Muslim)

É impossível amar alguém que não se conhece, e o amor pelo outro aumenta quando conhecemos as excelentes qualidades que essa pessoa tem.

(2) A nossa fé na sua mensagem irá aumentar. Quando se chega a conhecer a sequência dos acontecimentos da sua vida e da sua época, não se tem nenhuma dúvida de que a religião que pregava é realmente a verdadeira, e que de fato ele foi um Mensageiro assistido por Allah desde os céus.

O nosso amado Profeta

“Comecei a olhar para ele e para a lua, ele usava uma manta vermelha e, a meu ver, ele parecia mais belo do que a lua.” (Al-Tirmidhi)

Foi assim que Jabir Bin Samura descreveu o último dos profetas, a Coroa dos mensageiros, o Líder dos piedosos, o Princípe dos crentes, o Escolhido do nosso Deus Misericordioso.

Tinha um rosto agradável, redondo, branco e bonito. O seu cabelo estendia-se até aos lóbulos das suas orelhas. A sua barba era espessa e preta. Quando estava satisfeito, o seu rosto iluminava-se. O seu riso não era mais do que um sorriso. Os seus olhos eram pretos, e as suas pestanas eram longas. As suas extensas sobrancelhas eram curvas. Quando os olhos de Abdullah Ibn Salam, o maior erudito judeu de Medina na sua época, pousaram-se no seu rosto, ele declarou que esse não podia ser o rosto de um mentiroso!

Era de uma estatura média, não era nem alto e nem baixo. Caminhava inclinando-se para a frente. Usava sandálias de couro curtido. O seu vestuário inferior alcançava metade das suas canelas e às vezes apenas cobria os joelhos.

Nas suas costas, na direção do seu ombro esquerdo, encontrava-se o Selo da Profecia’. Era do tamanho de um ovo de pomba, com manchas. As palmas das suas mãos foram descritas como sendo mais suaves que a seda.

Era possível reconhecê-lo pelo seu perfume a partir de uma longa distância quando se aproximava. As gotas do seu suor foram descritas como pérolas. Foi relatado que os seus discípulos recolhiam o seu suor para misturá-lo com os seus perfumes e assim torná-los mais fragrantes!

A doutrina islâmica sustenta que foi proibido ao demônio apresentar-se nos sonhos das pessoas com a aparência do Profeta. Se alguém o vê em sonho com a aparência aqui descrita, então acreditamos que realmente viu o próprio Profeta.

Ele mantinha-se em silêncio por longos períodos de tempo e era a pessoa mais digna quando estava em silêncio.

Quando falava, dizia apenas a verdade com uma voz agradável aos ouvidos. Não falava apressadamente; pelo contrário, falava com claridade e cada palavra era bem pronunciada para que aqueles que estivessem sentados com ele se pudessem recordar. De fato, falava de tal maneira que se alguém tivesse desejado contar as suas palavras poderia fazê-lo facilmente. Os seus sahabah descreveram-no como sendo alguém que não era vulgar e nem indecente. Ele não falava mal das pessoas e nem as insultava. Costumava apenas repreendê-las dizendo:

“O que é que se passa com essa pessoa...?” (Sahih Al-Bukhari)

O comportamento mais odiado por ele era a mentira. Por vezes repetia as suas palavras de duas a três vezes para que os seus ouvintes pudessem lhe entender. Costumava dar breves sermões. Quando dava um sermão os seus olhos se avermelhavam, a sua voz se elevava, e exteriorizava tanto as emoções que parecia estar a alertar para o ataque de um inimigo.

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