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Preservação da Sunnah (parte 2 de 4)

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Descrição: Uma introdução à coleção de ahadith, sua conservação e transmissão. Parte 2: Os companheiros que preservaram a Sunnah e os manuscritos de ahadith durante a vida do Profeta.

Por Imam Mufti

Publicado em 02 Dec 2019 - Última modificação em 25 Jun 2019

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Pré-requisito

·Guia de Hadith e Sunnah para iniciantes.

Objetivos

·Aprender sobre Abu Hurairah, Aisha, Abdullah Ibn Omar e Abdullah Ibn 'Abbas, os principais companheiros que preservaram a Sunnah do Profeta.

·Entender que o hadith foi preservado por escrito nos primeiros tempos do Islam, além de ser memorizado.

Termos em árabe

·Sunnah - A palavra Sunnah tem vários significados, dependendo da área de estudo; no entanto, o significado geralmente atribuído é: palavras, ações e aprovações do Profeta.

·Hadith (plural: ahadith) - É um relato ou uma história. No Islam, refere-se a um registro narrativo dos ditos e ações do Profeta Muhammad e seus companheiros.

Os companheiros que preservaram a Sunnah

Nem todos os companheiros do Profeta Muhammad (que a misericórdia e as bênçãos de Allah estejam sobre ele) tiveram a mesma oportunidade ou interesse de se comprometer com a preservação da Sunnah. Cada um deles tinha que trabalhar para viver, enquanto defendia a comunidade muçulmana das terríveis ameaças que enfrentavam, as quais representavam um fardo adicional para a maioria deles. No entanto, havia um grupo de companheiros conhecidos como Ashab-us-Suffa que vivia na mesquita e eram especialmente preparados para o ensino da religião ás tribos fora de Medina. O mais famoso deles foi Abu Hurairah, que se apegou à companhia do Profeta a todo custo, memorizava o que o Profeta dizia ou fazia e concentrava todos os seus esforços na preservação do hadith. É dito que ele mesmo disse certa vez:

“Dizem: 'Abu Hurairah narra muitos ahadith do Profeta, como é que os Muhajirin (emigrantes) e os Ansar (auxiliadores) não narram ahadith como Abu Hurairah?'. A verdade é que nossos irmãos entre os Muhajirin estavam ocupados fazendo negócios no mercado, enquanto eu estava com o Profeta, então eu estava presente quando eles estavam ausentes e recordava do que eles esqueceram. Nossos irmãos entre os Ansar estavam ocupados com o trabalho em suas terras, e eu era um homem pobre dentre os pobres, [...]então guardei na memória o que eles esqueceram.” (Sahih Al-Bukhari)

Aisha, a esposa do Profeta, também foi uma dessas pessoas-chave na preservação da Sunnah, especialmente no que diz respeito à vida familiar do Profeta. Ela tinha uma memória afiada e, além disso, estava dotada de um entendimento claro. Há um relato sobre ela segundo o qual "ela nunca ouviu nada que não entendesse, mas costumava perguntar novamente."[1]Em outras palavras, não aceitava nada até estar totalmente satisfeita.

Abdullah Ibn Omar e Abdullah Ibn 'Abbas são outros dois companheiros especialmente dedicados a preservar e transmitir o conhecimento do Alcorão e dos ahadith, assim como Abdullah Ibn' Amr, que tinha o hábito de escrever as palavras do Profeta (que a misericórdia e as bênçãos de Allah estejam sobre ele). Além dos que se dedicavam especialmente a esse trabalho, todos os companheiros do Profeta tentavam preservar o que aprendiam de suas palavras e ações. Omar havia combinado com um de seus vizinhos estar na companhia do Profeta alternando os dias, para que um informasse o outro sobre o que acontecia em sua ausência.

Os manuscritos de hadith durante a vida do Profeta

A ideia popular entre algumas pessoas de que o hadith não foi escrito até duzentos anos depois do Profeta é desmentida pelos fatos. É um erro grave pensar que toda a Sunnah do Profeta permaneceu uma tradição oral até ser escrita alguns séculos depois. A preservação do que o Profeta fez ou disse não era uma ideia tardia dos muçulmanos. Os companheiros do Profeta, ao colocar em prática a maioria de seus ditos, também os conservaram por escrito, além de memorizá-los. Estavam cientes do fato de que sua Sunnah tinha que ser preservada para as gerações futuras. Portanto, não apenas a conservaram em sua memória, mas também recorreram à caneta e à tinta. Dois exemplos mencionados acima foram os de Sahifah de Hummam Ibn Munabbih e As-Sahifah As-Sadiqah.

Abu Hurairah narrou que quando um dos Ansar se queixou com o Profeta sobre sua incapacidade de preservar em sua memória o que ouvia dele, o Profeta disse-lhe que deveria buscar a ajuda de sua mão direita, ou seja, que deveria escrever.

Outra narrativa bem conhecida é a de Abdullah Ibn Amr: "Escrevi tudo o que ouvi do Profeta, com a intenção de memorizá-lo. (Sobre algumas pessoas que se opunham a isso) Conversei sobre isso com o Profeta, que disse:

”Escreva, pois só digo a verdade”[2]

No ano da conquista de Meca, o Profeta proferiu um sermão por ocasião do assassinato de um homem em represália a alguma antiga queixa. Quando o sermão terminou, um homem dentre o povo do Iêmen se aproximou e pediu que o Profeta escrevesse o que ele havia dito; então o Profeta deu ordens para fazê-lo.[3]

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Notas de rodapé:

[1] Sahih Al-Bukhari #???

[2] Abu Dawud #???

[3] Sahih Al-Bukhari #???

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